quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

VISÃO EM ESPÍRITO DE JESUS, CÉUS

                                                    
      a caminho da luz
       
          ano 35 da era cristã, século 1   

               Os povos antigos viviam costumes sociais e religiosos bárbaros, opressivos, fanatizados, escravizantes... 

       No entanto, a boa nova de regeneração espiritual de um humilde carpinteiro chamado Jesus, que fora condenado à morte pelas autoridades Políticas e Religiosas na cidade de Jerusalém, é anunciada por seus Apóstolos encontrando eco no seio dos deserdados da sociedade primitiva, e espalhando-se nas demais regiões do mundo antigo. 

          Saulo, descendente de judeus dispersos pelas civilizações do oriente, domiciliado na cidade de Tarso – Cilicia, nessa época província romana (hoje pertencente à Turquia), formado nas Sinagogas Farisaicas, com mestres de Alexandria, e especializando-se em Jerusalém sob a orientação de Gamaliel, que era doutor da Lei. E o jovem Saulo almejava posse definitiva como membro do Sinédrio (Suprema Corte composta por 70 membros denominados Sacerdotes e doutores da lei, na sua maioria Fariseus, responsáveis pelo cumprimento das leis civis e religiosas do povo judeu, na época que iniciou a era cristã).  

     Descreve Atos dos Apóstolos, Novo Testamento: O jovem Saulo obcecado nas perseguições aos seguidores do Cristo, pediu autorização por escrito ao Sumo Sacerdote do Sinédrio, a fim de ter poderes em todas as Sinagogas até mesmo além dos arredores de Jerusalém para prender, julgar e condenar à pena de morte os praticantes do Evangelho (Atos 9. 1 a  2). 

          Neste cenário de muita ignorância e trevas religiosas onde Saulo chefiava uma perseguição fanática e injusta a qualquer pessoa que professasse o cristianismo, no intuito de destruí-lo na sua base nascente. 
                Como admitir e acreditar!...     
                                  
                                  
        Há quase três anos um homem que fora condenado cruelmente à morte pregado em uma cruz em plena luz do dia, e depois enterrado, selado o seu túmulo com pedras gigantescas sob a severa vigilância da guarda romana!. E simples criaturas, nos arredores de diversas cidades, ainda guardavam e cultivam a memória do crucificado com prodígios considerados sobre-humanos, onde os seus seguidores afirmavam publicamente que mantinham intercambio com o espírito do Mestre ressuscitado.  

    - Só podia ser coisa de alucinados!...
Analisava Saulo como conservador das tradições do Antigo Testamento bíblico, pois os ensinamentos vigentes eram bem rígidos e considera ato abominável sujeito à pena de morte por apedrejamento a quem consultasse os espíritos dos chamados mortos, conforme sancionava o Deuteronômio 18. 9 -12 e, Levítico 20. 26-27.  
                             

                                                                             
·              Saulo, em cumprimento às escrituras do Antigo testamento bíblico, comandara a execução da morte de Estevão no átrio do Templo e ficara surpreso com a atitude pacífica do condenado durante o apedrejamento,
        onde o condenado suplica perdão aos próprios algozes exclamando deslumbrado antes de expirar: vejo as dimensões celestes e o Cristo redivivo na grandeza de Deus que me ampara com sua destra (Atos 7.  56 Bíblia sagrada).

         Simão Pedro fora preso e João, o evangelista, fora banido de Jerusalém. Era só atacar as lideranças e a evangelização seria aniquilada na sua base nascente. Por isso Saulo tinha urgência investir em outras regiões para intimidar as conversões de crentes e simpatizantes.

           Saulo agora precisava alcançar a região de Damasco que se distanciava de Jerusalém cerca de 270 km para prender Ananias, um velho sem cultura na opinião dos doutores da lei, que inflamado nas idéias do Cristo estava realizando grandes curas e consolações. Jamais imaginava Saulo que estava a caminho da sua própria transformação moral onde veria com os olhos do espírito, no deserto escaldante do oriente, o iluminado espírito de Jesus que retorna das dimensões celestes para chamá-lo à razão.
                                                                                   
          Saulo em sua montaria seguia imponente acompanhado por seus seguranças, a cidade de Damasco já se observava seu contorno à distância próximo. O sol brilhava intensamente no infinito, passava do meio-dia.
                 De repente, um resplendor de luz tal qual um relâmpago irradia do infinito, os animais se assustam e Saulo e seus companheiros ficam atônitos sem compreenderem o que estava acontecendo, era como se uma força sobrenatural anulasse a gravidade terrestre nas proximidades em que galopavam. Saulo tomba da montaria e quando tentava levantar-se nota que a luz intensifica-se ao seu redor como se lhe abrisse os canais internos da mente. 

       E ai, somente Saulo, tem a visão espiritual dilatada ao imaterial e contempla naquela esfera de claridade extrafísica que parece ligar o céu à terra a figura de um Ser celestial de magnífica beleza que volita ao seu encontro, e pairando bem próximo onde ele estava lhe interroga em uma linguagem inesquecível: Saulo, Saulo!...  Porque me persegues? 
                                                                                       
             Saulo com os olhos do espírito, através do fenômeno mediúnico de clarividência, 
            contempla aquele Ser no tempo e espaço etéreo que era todo transfigurado em luz e tinha o perfil de um homem rejuvenescido, o rosto aureolava veneração, os olhos que pareciam chamas cintilantes de fogo irradiavam misteriosa graça que transcendia o emocional de estar fora do tempo, os cabelos longos até os ombros como se fossem polarizados pelo raio solar, e o inexplicável é que aquele Ser celeste o arrebatava a um êxtase sublime com grande poder de fixação mental. 
                                                                        

          Quem era aquele Ser sobre-humano que o conhecia chamando-o num tom amigável? Saulo então pergunta, timidamente: quem és tu, Senhor! A quem eu em minha ignorância estou perseguindo? 
                                                                                     
             O Ser celeste focalizando o olhar magnético que inundava o mundo íntimo do perseguidor em vibrações suaves de paz, enlevo, e amor, lhe responde: Eu sou Jesus, a quem tu persegues! 


         Quê!... Mentaliza Saulo, então era realidade pura!... A crença propagada pelos pescadores de que aquele Mestre nazareno que fora odiado pela organização sacerdotal do Sinédrio, sendo condenado à morte ressuscitara em espírito, desarticulando as antigas tradições do Templo de Jerusalém.        
        
         E que grande amor animava aquele excelso Ser! Porque tomava a iniciativa de se manifestar naquela aparição celeste para chamar o próprio verdugo à consciência de seus atos. Estes pensamentos passaram fugazmente pele mente do doutor da lei, que numa atitude genuflexa sentia suaves irradiações de luz atravessar o seu ser, e soluçava silenciosamente tendo a sensação feliz como sua alma estivesse sendo lavada de pesadas vibrações do ódio. E nessa permuta de emoções sublimadas sob o reflexo da aura do Cristo, o moço fariseu concentra-se para assimilar o chamado divino: não recalcitres contra as mudanças.   

          As inspirações penetravam velozmente o campo mental de Saulo para sugestioná-lo a entender que a religiosidade segundo as sagradas tradições antigas do velho testamento bíblico simbolizavam apenas uma cultura inflexível, pois diante do Cristo redivivo era convicto aceitar as elevadas revelações de fé que viriam reformular, com novos conceitos de espiritualidade, os diversos segmentos de crenças da humanidade. E desejando transformar-se nesse novo ideal, quer integrar-se no trabalho moral de salvação humana e num impulso exclama arrependido: - Senhor o que queres que eu faça, doravante? 

       Jesus querendo ensinar-lhe o sentido da fraternidade que deve unir todas as criaturas de Deus lhe recomenda com clareza: - entra na cidade de Damasco e lá te será dito o que te convém fazer...  Isso porque Saulo, que tinha como destino inicial, perseguir um servidor do Cristo, agora era ele Saulo, que receberia em Damasco ajuda fraternal desse trabalhador do bem.                                                                                                      
      Os companheiros de Saulo, até então, o observavam com receio, sem apreenderem o teor da conversação que o mesmo mantinha com aquele ser invisível, pois somente ouviam a voz de Saulo e seus soluços naquele diálogo convulsivo ajoelhado no deserto em plena luz do dia. 

         E sob o reflexo daquele deslumbramento o moço tarsense queria penitenciar-se, confessar fidelidade, e sentindo vergonha de seus atos diante do Poder Divino que analisava os seus pensamentos mais íntimos, compreendeu o abismo que o distanciava daquele Jesus tão incompreendido nos círculos sacerdotais do mosaísmo – religiões que tinham como base de crença o Antigo Testamento bíblico.
       E, desejando prolongar aquele intercambio percebeu que o fenômeno diluía-se por meio de um efeito impalpável a desmaterializar-se no espaço. No entanto, restava-lhe uma forte sensação de retornar de um arrebatamento transpessoal; tenta equilibrar-se para coordenar as idéias, foi quando notou que não estava enxergando nada com os olhos da carne, pois estava momentaneamente cego.

            E, tateando na sombra, pede auxílio aos guardas que se aproximam temerosos. Um deles se oferece para guiá-lo até Damasco onde buscariam encontrar o socorro benéfico para o problema da sua visão física, que bloqueara como lembrança para marcar aquele contato celeste. (Obs: 14 anos depois Paulo faz referencia na sua epístola aos Coríntios ao desdobramento espiritual, ou seja: arrebatamento em espírito às dimensões extrafísicas, viagem em corpo astral, projeção do mental etéreo, irradiação das funções intelectuais da alma, ou espírito -  fora do corpo físico – II Coríntios 12).
           Saulo recolhido no quarto da hospedagem em Damasco meditava: já se passaram três dias e continuava cego. Porém ainda permanecia impressionado vivamente pela visão sublime de Jesus ressuscitado, e nessa agradável recordação se comovia até às lagrimas que tinha o mistério de descongestionar a sua alma de rancores passados.
       Nesse ínterim, do outro lado da cidade, o velho Ananias na hora habitual da sua prece, sente a sua alma penetrar num oceano de vibrações suaves e encantadoras que se transmuta em uma divina luz, e ouve a voz direta do Espírito do Senhor que se manifesta e lhe sugestiona procurar Saulo a fim de fazer o trabalho de conversão do mesmo aos ideais do Evangelho. E lhe dá as coordenadas de como encontrar o antigo perseguidor.     
       Ananias seguindo as orientações da Aparição celeste localiza o doutor da lei na estalagem, e após as invocações ao espírito do Cristo, foi possível recuperar a visão física de Saulo que, daí em diante entrega-se de corpo e alma ao trabalho de espiritualização e difusão da boa nova às comunidades consideradas politeístas, doando às posteridades um conjunto de cartas instrutivas nos padrões da moral do Cristo de Deus, o guia celeste da humanidade terráquea. 
       E no decorrer dos séculos as gerações estudam o conteúdo de suas epístolas e o reverenciam em Paulo - o apóstolo dos povos pagãos.  Bibliografia: Atos dos Apóstolos 9. 1-18 Bíblia sagrada; “Paulo e Estevão” espírito Emmanuel, psicografia Francisco Candido Xavier 

CÉUS - Abrahão Ribeiro

Voz Q Clama
Intensivo Difusão Espiritualidade Evangélica – I D E
    Voz do Espírito


  

         



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