“Profetiza ao Espírito, ó Filho do Homem, e diz ao Espírito:
assim diz o Senhor Deus, vem dos quatro ventos, e assopra sobre estes MORTOS
para que vivam... E vos farei sair do além-túmulo e vos trarei à existência
terrestre... E porei em vós o meu Espírito e vivereis, e vos porei na vossa
terra, e sabereis que eu sou o Senhor (Ezequiel
37. 1 a 14)”. século VI antes do Cristo
O principio dos diversos ciclos existenciais do Espírito nos
fluidos carnais do mundo terrestre para cumprir a perfeição intelectual e moral
- a reencarnação, fazia parte dos
ensinamentos e crenças do povo hebreu sob o nome de ressurreição na carne, isto é, a volta do Ser (Espírito) às
atividades da vida material em outras gerações, conforme o mandado divino ao
Profeta Ezequiel que fora arrebatado em espírito (projeção mental) e
contemplara na erraticidade (*) o vale dos mortos – sheol na linguagem
hebraica.
(*) Seres que trespassaram há muito tempo os seus restos
mortais além-túmulo, e que estavam sem esperanças na eternidade porque haviam
fracassado em suas provações humanas, e
em situação de sofrimentos indefiníveis consideravam-se apartados do contexto
celestial (tal qual aquele homem rico que após a sua morte física a sua alma
clamava arrependido do seu estado penoso no além, vide ensinamento de Jesus em
Lucas 16. 19 a 31).
E recebendo um novo chamado de Deus através dos quatro ventos que são os elementos da
natureza cósmica, segundo os sábios da Antigüidade, assim representados pelas
forças: água, ar, terra e fogo.
água = substancia
essencial à vida animal
ar = oxigênio, atmosfera
terra = elemento
químico estrutural dos corpos
fogo = energia,
vida, espírito
A fim de revestirem-se novamente em
outras gerações das fibras carnais, ossos, nervos sangüíneos... E habitarem a
Terra seguindo o ciclo natural da evolução espiritual para trabalharem a
reabilitação futura (Ezequiel 37. 6 -9).
Partindo
desta revelação, os hebreus acreditavam que até os Profetas do Senhor poderiam
reviver na existência material, em outra época, com outro corpo carnal para
desempenhar qualquer missão instrutiva, ver Mateus 16. 13 a 16 onde descreve
Cristo preocupado com a opinião pública, pois muitos o tinham como sendo o
renascimento de Jeremias (profeta que vivera há mais de 5 séculos passados), ou
outro qualquer dos antigos profetas do Antigo Testamento vide Lucas 9. 18 a 22
(período bíblico decorrido 10 séculos anterior a era cristã).
Vejamos esta outra passagem: O rei
Herodes estava apreensivo com a prisão de João Batista, e temia uma reação
popular, pois era comentário geral: que João era a ressurreição de um dos
profetas do passado hebraico, ou seja, antiguidade antes da era cristã que
compreende 1000 anos a.C., por isso ele o Batista era possuidor de grande
personalidade e estava realizando muitos fenômenos (Mateus 14. 1 a 5) (Lucas 9.
7 a 9).
Assim
também, nos tempos apostólicos, os judeus descendentes dos hebreus chamavam de
ressurreição na carne, ou ressuscitar na carne, do verbo ressurgir derivado do
latin resurgere (*). Ressurreição na carne: o espírito retornar do além pelas
vias do renascimento na vida material em futuras gerações, o que nos tempos
modernos se diz reencarnar ou, simplesmente reencarnação.
(*) Obs:
latin, idioma indo-europeu do grupo itálico falado em todo Império Romano, cuja
existência esta documentada desde século VII antes da era cristã. O Império
Romano escravizou todo oriente médio por longos séculos.
A revelação
de Deus ao profeta Ezequiel, quando em visão espiritual contempla o desdobrar
do submundo invisível, onde Almas desencarnadas lamentam os erros de suas
encarnações humanas no seio israelita e são chamadas pelo Poder Divino para novas reencarnações terrenas, é a
compreensão racional dos ensinamentos estabelecidos nas seguintes passagens
bíblicas:
1) Divina
misericórdia que tem poderes para sancionar a regeneração dos erros das
criaturas em seus grupos consangüíneos a partir da terceira ou, quarta gerações
futuras, vide Êxodo 20. 5 e Números 14. 18.
2) Justiça
com equidade, isto é, não há desvio de cobrança na contabilidade divina: a
própria Alma que errar essa mesma sofrerá as conseqüências de causa e efeito
Ezequiel 18. 1 a 32, retornando em novas provações num prazo a partir da
terceira ou quarta gerações sucessivas.
3) E
conforme o apóstolo Paulo esclareceu séculos mais tarde os princípios da
ressurreição, vide livro de Hebreus 11. 35: que as mulheres hebréias concebiam
a ressurreição via carne, ou seja, a reencarnação nos fluidos da vida humana
para a passagem de ligação às almas dos seus antepassados (aqueles que
regressavam do plano metafísico dos mortos onde muitos sem esperanças sofriam,
vide livro do profeta Ezequiel cap 37).
Eis a razão
da tortura moral ou angustia psicológica das almas confirmada nessa passagem
hebraica 11. 35, até cumprir o livramento para alcançarem uma nova etapa de
progresso no curso incessante do aperfeiçoamento à ressurreição plena e divina
da vida superior celeste.
As
orientações bíblicas: Ezequiel 37. 1-14 e Hebreus 11. 35 são melhores
compreendidas com as narrações espíritas. As almas no plano extrafísico
amparadas pelos agentes da Providencia Divina, vivendo o período que antecede a
sua volta ao plano físico carnal para um novo nascimento que lhes faculta meios
de nova aprendizagem a fim de evoluir intelectual e moral, é ciente que algumas
entram em estado momentâneo de abatimento psicológico e relutam com as
provações a serem submetidas, porque analisam toda a sua história
preexistencial após adentrar os clichês mentais da subconsciência espiritual,
onde vêem os erros que devem corrigir para crescerem interiormente. Tudo isso é
algo que beneficia a ascensão do ser para o macro plano de Deus da vida eterna
e venturosa nos mundos divinos.
Por isso é que
Paulo analisa na carta aos hebreus 11. 35: As Mulheres conceberam pela ressurreição os seus mortos (antepassados),
uns foram torturados (isto é, muitos, vários, indefinida essa quantidade).
Apesar de ser o livramento para se alcançar uma melhor ressurreição.
Obras para estudo:
Bíblia sagrada, edição João Ferreira de Almeida, e
Antonio Figueiredo;
Livro: CÉUS: Autor: Abrahão Ribeiro
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