Fome; miséria social;
orgulho e vaidade; e ambição do poder (Mateus 3.13 a 17 e Lucas 4.1- 13)
Os grandes eventos para atingirem o
êxito pleno exigem uma fase “pré-inicial” de elaboração. Todos os grandes
homens utilizaram esse artifício em suas missões especiais, por exemplo: um
astronauta para excursionar no espaço, necessita da quarentena dias em
projeções e aprendizagens para o sucesso de sua viagem.
Jesus também antes de labutar no meio
da comunidade programou sua quarentena de dias que utilizou para coordenar
idéias edificantes de libertação à consciência humana. No seio virgem da
natureza, respirando os ares puros de regiões desertas das colinas da Judéia,
período que aproveitou para fazer seus desdobramentos à dimensão espiritual e tentar renovar para o bem legiões de
espíritos reclusos no abismo do mal e que permaneciam decaídos moralmente no
tempo e espaço evolutivo do plano astral terrestre (vide I Pedro 3. 18. 20 e; I Pedro 4. 6; Lucas 8. 30-31).
Esta narração dos Evangelhos: a tentação do Cristo nos revela dois ângulos de vida que se interagem no plano material e, na dimensão espiritual.
Universo multidimensional, além da existência terrestre
no plano extrafísico, as potestades do bem formadas por corporações de anjos
celestiais que são os agentes
invisíveis da causa divina na criação universal, responsáveis pelas inspirações que
impulsionam o progresso intelectual e moral dos seres humanos ao bem, ao belo,
à ciência, à tecnologia, à cultura, à ordem das coisas. E, paralela à vida
terrestre: legiões de espíritos imperfeitos que atuam no psiquismo humano
influenciando criaturas a permanecerem presos às paixões, vícios, maldades do
reino carnal (Lucas 8. 26 a 39 e Lucas 11. 24 - 26).
A força do mal parece imperar nos ares da
Terra porque o plano terráqueo, ainda não regenerado, pertence à ordem inferior
na escala hierárquica celeste (Efésios 6. 12).
O nível intelectual e moral dos seres
gradativamente se aperfeiçoam no curso das eras. Compreenda-se neste contexto
que o homem é um espírito revestido dos fluidos carnais, e a vida terrena é um
palco de aprendizagem que Deus utiliza para evoluir/educar “espíritos imortais”
diante da composição dos céus.
Satanás: (do latin satan) que
significa adversário, inimigo, aquele que arma ciladas, daí
derivou-se no cristianismo o personagem com um sentido espiritual de
adversidade na obra divina, ordem dos
espíritos mais renitentes no mal. Não foram criados exclusivamente para
promoverem o mal e também não representa um poder absoluto na Terra, isso seria negar a Providencia e Justiça de Deus Criador supremo de
todos os seres, e que possui ilimitados recursos para corrigir criaturas
desorientadas nos caminhos da evolução (hebreus 12. 5-10).
Satã representa o reflexo das almas dos humanos na dimensão extrafísica, com força e inteligência preso aos fluidos magnéticos da matéria do plano terrestre. Estão necessitados de despertar o sentimento para o bem, o amor, a fraternidade, a fim de que a luz divina possa romper os grilhões que os prendem às cadeias de expiações das ações imperfeitas (Judas 1. 6 Novo Testamento)
Satã representa o reflexo das almas dos humanos na dimensão extrafísica, com força e inteligência preso aos fluidos magnéticos da matéria do plano terrestre. Estão necessitados de despertar o sentimento para o bem, o amor, a fraternidade, a fim de que a luz divina possa romper os grilhões que os prendem às cadeias de expiações das ações imperfeitas (Judas 1. 6 Novo Testamento)
Satanás é, portanto, os filhos maus na
criação de Deus transviados do bem. Analisemos esta crônica bíblica transcrita
há mais de 8 séculos antes da era cristã: Certo
dia em que os filhos de Deus foram convocados a apresentar-se perante o Senhor,
veio também Satanás entre eles, fazer a sua apresentação perante o Senhor.
Então o Senhor disse a Satanás: donde vens? E respondeu Satanás ao Senhor: "de
rodear a Terra, e passear por ela" (livro de Jó 2. 1-13 Antigo Testamento)
Quando encarnados na vida humana
esses seres impulsionam as guerras, semeiam ódios, estimulam discórdias,
combatem os ideais do bem, desvirtuam a fé, maculam os sentimentos, anulam o progresso,
arrasam sociedades, escravizam povos, perturbam lares... O motivo de suas
quedas espirituais está muito bem delineado no simbolismo da tentação: fome - miséria
social; orgulho e vaidade; e ambição corrupta do poder,... Principais estímulos
negativos que mais prejudicam a evolução moral das criaturas para o plano
divino (vide advertências dos profetas Isaías e Ezequiel à tirania dos
imperadores: assírios, babilônicos, persas, egípcios, gregos e romanos que
dominaram com opressão os povos do oriente médio por longos séculos. (Isaías 14.
1-32 e Ezequiel 28. 1-26 e 29. 1-21 Antigo Testamento).
Com Jesus descortina-se uma nova visão da
vida: o amor até mesmo aos
adversários é regra básica de paz espiritual, a compreensão, o perdão sem
restrições, o aperfeiçoamento interior, a vigilância sem cessar, a moralização
do ser como consciência imortal.
E para difundir o programa de
salvação moral a seres sofredores, o mestre Jesus estava revestido dos dons
espirituais: clarividência, dupla vista, projeção consciente da mente fora do
corpo, poder de curar enfermidades físicas e psíquicas, ectoplasma para
materialização fluídica dos espíritos, força magnética para consolar as almas
oprimidas, fluência verbal, carisma divino para motivar o astral das pessoas.
Desde o anúncio do seu nascimento na matéria terrestre à ascensão aos planos
celestes, o Mestre está sempre em profunda conexão com as forças invisíveis ao
olhar humano. Dado o caráter da sua missão que tinha objetivo de ordem divina:
despertar a consciência humana integrando-a no contexto dos céus. A criatura
não é simplesmente uma máquina carnal que finaliza sua existência com a morte,
e sim um ser espiritual de essência indestrutível eterna, e é esse ser psíquico
que a conscientização evangélica transforma.
E a maior alegria nos céus é despovoar o inferno (Lucas 15. 3-10) vide: ¨No
Mundo Maior¨ cap 17 Francisco Candido Xavier
Afirma o Evangelho: Jesus cheio de
espiritualidade santa, como seja, consciência livre sem bloqueio nas funções do
corpo carnal, possuidor em alto grau da virtude divina que irradia em sua
personalidade. Não por acaso, mas sim pela conquista e glória de sua
preexistência vivida em eras passadas na obra da criação em outros planos
celestiais dispersos nas nuvens das estrelas, muito antes da fundação do
planeta Terra diante do Cosmo, conforme registrou o apóstolo João 17. 4-5; e
17.24 - Novo Testamento.
Jesus impelido pelo Espírito ao
deserto, de onde se trasladou para as regiões etéreas do orbe terráqueo, e
conferencia com legião de espíritos que imperavam nesse astral obstinados no
mal discutindo as ações e reflexos de suas quedas, e tentando com a chama do bem
conscientizá-los para o programa de Deus que rege a criação (I Pedro 4. 6). É
bem o diálogo entre: a luz que consome as trevas e liberta os oprimidos pelo
mal; a vida que vence a morte; o amor que santifica o ódio e a virtude que
transforma o mal para o bem.
Três pontos fundamentais no
desdobramento da tentação são revelações de elevado teor moral: a fome, miséria
social
que avassala os povos sempre foi um dos piores males da humanidade. Quantas
sociedades na historia humana para manterem seus celeiros de alimentação sempre
abastados arrasavam civilizações e escravizavam os mais fracos como se fossem
animais de cargas. Quantos homens atiram-se desprevenidos somente à cata de
mantimentos que lhes faculta a economia farta às vezes até sacrificando o bem
de outras pessoas, e quando ocorre o revés na balança dos acontecimentos
amaldiçoam o tempo. Clarificando essa tentação Jesus ensina: nem só de pão viverá o homem, mas de toda a
palavra de Deus. A
palavra de Deus, quer dizer: a criatura também se alimentar do sentimento
divino – o
amor a Deus sobre todas as coisas e, em todas as coisas; e amor ao próximo como
a si mesmo.
A tentação do orgulho e vaidade geralmente conduz as
pessoas a uma falsa superioridade diante da sociedade, essas criaturas firmam
os seus interesses somente na projeção das grandes alturas do personalismo, das
paixões carnais, e esquecem de abençoar o chão que pisa e que um dia guardará
seus restos orgânicos, adoram ser reverenciados, homenageados, ser cultuados,
idolatrados... Orientando essa tentação o Mestre elucida: não tentarás o Senhor teu Deus. A humildade são asas que elevam a
consciência diante da vida superior na criação universal.
A tentação da ambição do poder ela tem profunda
relação com o egoísmo, geralmente arrasta o ser na busca incessante do poder
sobre as massas, de posse de riquezas transitórias, um mundo de coisas a seus
pés, do palco da fama, de glórias que a traça e a ferrugem corroem. A criatura
olvida a finalidade divina da vida e passa a enxergar somente seus interesses
próprios como se o mundo fosse criado exclusivamente para si. E para conseguir
seu intento a criatura chega a tentar subverter a ordem do bem geral, às vezes
enveredando no charco da corrupção moral, e outras sucumbindo no abismo da
criminalidade.
Contra essa tentação o Mestre
adverte: retira-te satanás! Porque
somente a Deus servirás... O propósito de Deus na criação universal: é o bem para todos os
seres independente de pátria, raça, cor, religião... E servir a Deus em
espírito, quer dizer: a criatura agir com a consciência pura no bem diante da
humanidade inteira (Mateus 5. 16)
Quando alguém for tentado, JAMAIS deverá dizer: “Estou sendo tentado por Deus”. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta.
Cada um, porém, é tentado pelo próprio
mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido (Apóstolo Tiago 1. 13 – 14 Novo
Testamento)
Quando alguém for tentado, JAMAIS deverá dizer: “Estou sendo tentado por Deus”. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta.
Escribas e Fariseus constantemente
armavam ciladas contra o plano salvador de Jesus para tentá-lo em alguma ação e
quererem assim ridicularizar o evangelho. Mas não lograram êxito em suas
intenções más, em virtude da elevada moral do Cristo (Mateus 12. 22-32 e 15. 1-20). Não somente os espíritos transviados do bem, mas também
os homens imperfeitos estavam sendo doutrinados pelo Mestre Jesus, para se
converterem ao bem, ao amor divino, e à verdade libertadora.
O objetivo da evangelização é
trabalhar a transformação moral da alma humana que vagueia no caos da
ignorância das trevas para integrá-la na sociedade dos seres celestiais, que
elevará por sua vez a consciência individual do ser, à conscientização divina
no macro universal da vida superior.
Graças ao Pai que nos deu capacidade
para participar da herança dos santos na luz...
O qual nos libertou do caos das
trevas, e nos transportou para o reino e filiação do seu amor...
O qual é imagem do Deus invisível, o
princípio de toda a criação...
Porque através dele foram criadas
todas as coisas que há nos Céus e na Terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam
principados, sejam potestades...
(apóstolo Paulo / Colossenses
1. 12-16)
Espiritualidade
Tronos: elevada hierarquia
de anjos que agem no infinito
Dominações: designação de
diversas classes de seres espirituais
Principados: hostes de seres
espirituais que influenciam as pessoas
Potestades: hierarquia de anjos
de grande poder
Querubim: anjo da primeira
hierarquia
Serafim: anjo da primeira
hierarquia
Arcanjo: anjo de ordem
superior, o primeiro dentre os anjos
Anjo: (do grego ággelos,
pelo latim angelu) Ser espiritual de
natureza superior à alma humana que exerce ofício de mensageiro entre a
Divindade e a humanidade
Deus: Pai dos seres
espirituais (Hebreus 12. 9)
Nota:
Jesus consolidou a existência da dimensão angelical, vide: Mateus 18.10; João
1. 51 e várias outras passagens bíblicas
do
livro: C É U S
autor:
Abrahão Ribeiro
Intensivo de
Difusão Espiritualidade Evangélica – I D E
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