sexta-feira, 22 de novembro de 2013

TENTAÇÃO, CÉUS



                                                         

           Fome; miséria social; orgulho e vaidade; e ambição do poder (Mateus 3.13 a 17  e Lucas 4.1- 13)


           Os grandes eventos para atingirem o êxito pleno exigem uma fase “pré-inicial” de elaboração. Todos os grandes homens utilizaram esse artifício em suas missões especiais, por exemplo: um astronauta para excursionar no espaço, necessita da quarentena dias em projeções e aprendizagens para o sucesso de sua viagem.

         Jesus também antes de labutar no meio da comunidade programou sua quarentena de dias que utilizou para coordenar idéias edificantes de libertação à consciência humana. No seio virgem da natureza, respirando os ares puros de regiões desertas das colinas da Judéia, período que aproveitou para fazer seus desdobramentos à dimensão espiritual e tentar renovar para o bem legiões de espíritos reclusos no abismo do mal e que permaneciam decaídos moralmente no tempo e espaço evolutivo do plano astral terrestre (vide I Pedro 3. 18. 20 e; I Pedro 4. 6;  Lucas 8. 30-31).

        Esta narração dos Evangelhos: a tentação do Cristo nos revela dois ângulos de vida que se interagem no plano material e, na dimensão espiritual. 

       Universo multidimensional, além da existência terrestre no plano extrafísico, as potestades do bem formadas por corporações de anjos celestiais que são os agentes invisíveis da causa divina na criação universal, responsáveis pelas inspirações que impulsionam o progresso intelectual e moral dos seres humanos ao bem, ao belo, à ciência, à tecnologia, à cultura, à ordem das coisas. E, paralela à vida terrestre: legiões de espíritos imperfeitos que atuam no psiquismo humano influenciando criaturas a permanecerem presos às paixões, vícios, maldades do reino carnal (Lucas 8. 26 a 39 e Lucas 11. 24 - 26). 

               A força do mal parece imperar nos ares da Terra porque o plano terráqueo, ainda não regenerado, pertence à ordem inferior na escala hierárquica celeste (Efésios 6. 12).

          O nível intelectual e moral dos seres gradativamente se aperfeiçoam no curso das eras. Compreenda-se neste contexto que o homem é um espírito revestido dos fluidos carnais, e a vida terrena é um palco de aprendizagem que Deus utiliza para evoluir/educar “espíritos imortais” diante da composição dos céus.   

          Satanás: (do latin satan) que significa adversário, inimigo, aquele que arma ciladas, daí derivou-se no cristianismo o personagem com um sentido espiritual de adversidade na obra divina, ordem dos espíritos mais renitentes no mal. Não foram criados exclusivamente para promoverem o mal e também não representa um poder absoluto na Terra, isso seria negar a Providencia e Justiça de Deus Criador supremo de todos os seres, e que possui ilimitados recursos para corrigir criaturas desorientadas nos caminhos da evolução (hebreus 12. 5-10).
 

           Satã representa o reflexo das almas dos humanos na dimensão extrafísica, com força e inteligência preso aos fluidos magnéticos da matéria do plano terrestre. Estão necessitados de despertar o sentimento para o bem, o amor, a fraternidade, a fim de que a luz divina possa romper os grilhões que os prendem às cadeias de expiações das ações imperfeitas (Judas 1. 6 Novo Testamento) 

         Satanás é, portanto, os filhos maus na criação de Deus transviados do bem. Analisemos esta crônica bíblica transcrita há mais de 8 séculos antes da era cristã: Certo dia em que os filhos de Deus foram convocados a apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles, fazer a sua apresentação perante o Senhor. Então o Senhor disse a Satanás: donde vens? E respondeu Satanás ao Senhor: "de rodear a Terra, e passear por ela" (livro de Jó 2. 1-13 Antigo Testamento)
                                                                 
        Quando encarnados na vida humana esses seres impulsionam as guerras, semeiam ódios, estimulam discórdias, combatem os ideais do bem, desvirtuam a fé, maculam os sentimentos, anulam o progresso, arrasam sociedades, escravizam povos, perturbam lares... O motivo de suas quedas espirituais está muito bem delineado no simbolismo da tentação: fome - miséria social; orgulho e vaidade; e ambição corrupta do poder,... Principais estímulos negativos que mais prejudicam a evolução moral das criaturas para o plano divino (vide advertências dos profetas Isaías e Ezequiel à tirania dos imperadores: assírios, babilônicos, persas, egípcios, gregos e romanos que dominaram com opressão os povos do oriente médio por longos séculos. (Isaías 14. 1-32 e Ezequiel 28. 1-26 e 29. 1-21 Antigo Testamento).
                                                                
          Com Jesus descortina-se uma nova visão da vida: o amor até mesmo aos adversários é regra básica de paz espiritual, a compreensão, o perdão sem restrições, o aperfeiçoamento interior, a vigilância sem cessar, a moralização do ser como consciência imortal.

          E para difundir o programa de salvação moral a seres sofredores, o mestre Jesus estava revestido dos dons espirituais: clarividência, dupla vista, projeção consciente da mente fora do corpo, poder de curar enfermidades físicas e psíquicas, ectoplasma para materialização fluídica dos espíritos, força magnética para consolar as almas oprimidas, fluência verbal, carisma divino para motivar o astral das pessoas. Desde o anúncio do seu nascimento na matéria terrestre à ascensão aos planos celestes, o Mestre está sempre em profunda conexão com as forças invisíveis ao olhar humano. Dado o caráter da sua missão que tinha objetivo de ordem divina: despertar a consciência humana integrando-a no contexto dos céus. A criatura não é simplesmente uma máquina carnal que finaliza sua existência com a morte, e sim um ser espiritual de essência indestrutível eterna, e é esse ser psíquico que a conscientização evangélica transforma. E a maior alegria nos céus é despovoar o inferno (Lucas 15. 3-10) vide: ¨No Mundo Maior¨ cap 17 Francisco Candido Xavier    

          Afirma o Evangelho: Jesus cheio de espiritualidade santa, como seja, consciência livre sem bloqueio nas funções do corpo carnal, possuidor em alto grau da virtude divina que irradia em sua personalidade. Não por acaso, mas sim pela conquista e glória de sua preexistência vivida em eras passadas na obra da criação em outros planos celestiais dispersos nas nuvens das estrelas, muito antes da fundação do planeta Terra diante do Cosmo, conforme registrou o apóstolo João 17. 4-5; e 17.24 - Novo Testamento.

          Jesus impelido pelo Espírito ao deserto, de onde se trasladou para as regiões etéreas do orbe terráqueo, e conferencia com legião de espíritos que imperavam nesse astral obstinados no mal discutindo as ações e reflexos de suas quedas, e tentando com a chama do bem conscientizá-los para o programa de Deus que rege a criação (I Pedro 4. 6). É bem o diálogo entre: a luz que consome as trevas e liberta os oprimidos pelo mal; a vida que vence a morte; o amor que santifica o ódio e a virtude que transforma o mal para o bem.   

          Três pontos fundamentais no desdobramento da tentação são revelações de elevado teor moral: a fome, miséria social que avassala os povos sempre foi um dos piores males da humanidade. Quantas sociedades na historia humana para manterem seus celeiros de alimentação sempre abastados arrasavam civilizações e escravizavam os mais fracos como se fossem animais de cargas. Quantos homens atiram-se desprevenidos somente à cata de mantimentos que lhes faculta a economia farta às vezes até sacrificando o bem de outras pessoas, e quando ocorre o revés na balança dos acontecimentos amaldiçoam o tempo. Clarificando essa tentação Jesus ensina: nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus. A palavra de Deus, quer dizer: a criatura também se alimentar do sentimento divino – o amor a Deus sobre todas as coisas e, em todas as coisas; e amor ao próximo como a si mesmo.
                                                                                              
          A tentação do orgulho e vaidade geralmente conduz as pessoas a uma falsa superioridade diante da sociedade, essas criaturas firmam os seus interesses somente na projeção das grandes alturas do personalismo, das paixões carnais, e esquecem de abençoar o chão que pisa e que um dia guardará seus restos orgânicos, adoram ser reverenciados, homenageados, ser cultuados, idolatrados... Orientando essa tentação o Mestre elucida: não tentarás o Senhor teu Deus. A humildade são asas que elevam a consciência diante da vida superior na criação universal.

          A tentação da ambição do poder ela tem profunda relação com o egoísmo, geralmente arrasta o ser na busca incessante do poder sobre as massas, de posse de riquezas transitórias, um mundo de coisas a seus pés, do palco da fama, de glórias que a traça e a ferrugem corroem. A criatura olvida a finalidade divina da vida e passa a enxergar somente seus interesses próprios como se o mundo fosse criado exclusivamente para si. E para conseguir seu intento a criatura chega a tentar subverter a ordem do bem geral, às vezes enveredando no charco da corrupção moral, e outras sucumbindo no abismo da criminalidade.  
 
          Contra essa tentação o Mestre adverte: retira-te satanás! Porque somente a Deus servirás... O propósito de Deus na criação universal: é o bem para todos os seres independente de pátria, raça, cor, religião... E servir a Deus em espírito, quer dizer: a criatura agir com a consciência pura no bem diante da humanidade inteira (Mateus 5. 16)
        
       Quando alguém for tentado, JAMAIS deverá dizer: “Estou sendo tentado por Deus”. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta.

         Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido (Apóstolo Tiago 1. 13 – 14 Novo Testamento)
                                                                                         
    
          Escribas e Fariseus constantemente armavam ciladas contra o plano salvador de Jesus para tentá-lo em alguma ação e quererem assim ridicularizar o evangelho. Mas não lograram êxito em suas intenções más, em virtude da elevada moral do Cristo (Mateus 12. 22-32 e 15. 1-20). Não somente os espíritos transviados do bem, mas também os homens imperfeitos estavam sendo doutrinados pelo Mestre Jesus, para se converterem ao bem, ao amor divino, e à verdade libertadora.

          O objetivo da evangelização é trabalhar a transformação moral da alma humana que vagueia no caos da ignorância das trevas para integrá-la na sociedade dos seres celestiais, que elevará por sua vez a consciência individual do ser, à conscientização divina no macro universal da vida superior.
                                                                                 
         Graças ao Pai que nos deu capacidade para participar da herança dos santos na luz...

          O qual nos libertou do caos das trevas, e nos transportou para o reino e filiação do seu amor...

          O qual é imagem do Deus invisível, o princípio de toda a criação...

          Porque através dele foram criadas todas as coisas que há nos Céus e na Terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades...  

(apóstolo Paulo /  Colossenses   1. 12-16)

             
           Espiritualidade                

Tronos: elevada hierarquia de anjos que agem no infinito

Dominações: designação de diversas classes de seres espirituais

Principados: hostes de seres espirituais que influenciam as pessoas

Potestades: hierarquia de anjos de grande poder

Querubim: anjo da primeira hierarquia

Serafim: anjo da primeira hierarquia

Arcanjo: anjo de ordem superior, o primeiro dentre os anjos

Anjo: (do grego ággelos, pelo latim angelu) Ser espiritual de natureza superior à alma humana que exerce ofício de mensageiro entre a Divindade e a humanidade

Deus: Pai dos seres espirituais (Hebreus 12. 9)

                                                                     
Nota: Jesus consolidou a existência da dimensão angelical, vide: Mateus 18.10; João 1. 51 e várias outras passagens bíblicas



do livro: C É U S
autor: Abrahão Ribeiro



Intensivo de Difusão Espiritualidade Evangélica – I D E

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