O PROFETA ELIAS É TRASLADADO PARA OUTRA DIMENSÃO, CÉUS

                                                           

      A morte humana de Elias e a sua visualização por Eliseu

       E sucedeu que, indo Elias e Eliseu andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias foi elevado aos céus num redemoinho  ( 2 Reis 2. 11) Bíblia sagrada

         Há 900 anos antes do início da era cristã acontece este fato de grande importância que fundamenta a imortalidade da alma. Mas, que várias correntes teológicas apegadas ao convencionalismo da letra analisam como se fora um conto mitológico, em virtude de sua grande transcendência no relato alegórico das causas descritas nas Escrituras sagradas: o arrebatamento do profeta Elias para outras dimensões de vida nos planos celestes: em corpo físico; ou, em corpo espiritual?

          Depois da morte do rei Salomão surgiram conflitos sociais internos entre as tribos do povo hebreu (cisma), ocasionando divisões políticas: Reino de Judá, com a capital em Jerusalém; Reino de Israel que ficou sendo governado por Jereboão, com a capital em Samaria, e que aliou-se aos fenícios outrora inimigos mortais do povo israelita. E no decorrer das sucessões e reinados tentaram implantar o paganismo como religião oficial em Israel, tendo em Jezebel mulher do rei Acabe, o elo principal dessa usurpação.

            No curso das gerações levantaram-se várias vozes para combater esses desvios de costumes contrários à tradição dos Patriarcas da nação israelita, a mais veemente a do profeta Elias, que contraíra perigosos inimigos por causa das execuções que eram motivadas por essas divergências, primeiramente aos profetas de Baal responsáveis pela propagação dos rituais pagãos em Israel (1 Reis 18. 17 a 25) e, em seguida à cavalaria israelita, que era uma corporação militar que prestava segurança aos sacerdotes de Baal, a ponto do rei Acabe pronunciar esta frase para Elias: "és tu o perturbador - 1 Reis 18. 17"

                O profeta Elias tinha sua liderança na comunidade, e como tal exercia muita influencia sobre o povo, arrebanhando os seus seguidores que executavam as suas ordenações rigidamente 1 Reis 18. 17. Para diversos opositores Elias incentivara a degolação (morte) a fio de espada 1 Reis 18. 40, e a outros a maldição da morte através da fogueira 2 Reis 1. 9 a 14.

               E por duas vezes Elias fora ameaçado de morte nas regiões de Betel e depois Jericó, e que seria tomado em poder dos seus adversários. Houve uma quebra de sigilo neste plano, chegando aos ouvidos de Eliseu que intercedeu pedindo que ficassem quietos - que mantivessem a calma porque o assunto era grave, conforme está registrado em 2 Reis capítulo 2 versículo 3 a 5.

         Compreenda-se que se este arrebatamento fosse um plano sobrenatural idealizado pelos Poderes Celestiais Divinos, será que chegaria ao conhecimento dos inimigos de Elias - os cinquenta homens "filhos dos profetas" que estavam em perseguição a Elias? - vide 2 Reis 2. 7 Bíblia sagrada

             Eliseu ao ter noção do rapto que Elias poderia sofrer brevemente, e analisando a gravidade do caso que poderia ter consequências fatais à existência física do mesmo, solicita então ao seu Mestre que lhe fosse dado por acréscimo a porção dobrada de seu saber espiritual.

      Elias querendo sondar a capacidade íntima do aprendiz aos mistérios considerados sagrados pelo seu povo, responde: “das dificuldades e lutas de semelhante missão; mas se Eliseu tivesse a visão espiritual apurada para contemplar o desdobrar de todos aqueles acontecimentos e o resultado final dos fatos, assim seria...”

    O aspirante a Profeta no enquadramento geral da iniciação hebraica tinha que ter perfil de devoção, um bom desenvolvimento das percepções psíquicas isto é, vislumbrando de maneira natural até mesmo o extrafísico (dimensão espiritual que se desdobra para além das sensações físicas), no qual estamos todos mergulhados sem sequer suspeitarmos dessas fases múltiplas nos planos da Natureza cósmica.

          No entanto, se Eliseu, o auxiliar direto de Elias, já tivesse ao longo daquele aprendizado aprimorado em alto grau a função de ver com os olhos do espírito, a ponto de perceber no estado normal de consciência o trespasse do ser para os reinos invisíveis da criação de Deus, no exato momento em que a pessoa falece no corpo físico - era um bom sinal de que Eliseu já estava revestido de dons paranormais.

      A vida é composta de muitos valores para o crescimento moral e intelectual dos Seres inteligentes. Assim é que, nestas lições, o profeta Elias poderia perfeitamente ser elevado aos céus pelos Anjos do Senhor, sem necessitar do transporte de objeto voador nos moldes de carros de fogo movido por cavalos de fogo, como muitos tentam entender.

           Estas expressões literárias demonstram a interpretação simbólica da época com os costumes próprios daquele tempo, em virtude da linguagem hebraica possuir um vocabulário inflexivo, e muitas narrações do período hebraico foram transmitidas através das gerações oralmente e de forma alegórica, até se fixarem no curso dos séculos nas reformas e convenções literárias que sofreu a Bíblia para o grego e latin.

                   

             Finalmente, o plano é concretizado, Elias ao cruzar o rio Jordão depara com alguns homens integrantes dos cinquenta homens dos Filhos dos Profetas isto é, seguidores do culto a Baal (entidade religiosa venerada pelos povos politeístas da região do antigo oriente) que estavam guarnecidos por um destacamento militar - os cavaleiros do fogo, carruagem especial em operações de combate do reinado de Israel puxada por fogosos cavalos, e como elucida o versículo: "nunca mais Elias foi visto". 

      É mister esclarecer que os povos primitivos tinham como cerimônia sagrada aos poderes celestes queimar até as cinzas de seus adversários religiosos (prova do fogo até à morte), no intuito de convertê-los aos seus deuses antropomórficos - 2 Reis 23. 4 a 11. E conforme os registros das Escrituras concluem, o que presenciando Eliseu, clamou: “Carros de Israel e seus cavaleiros!  2 Reis 2. 12” 

     - é o desabafo autêntico de quem pretende denunciar os culpados, sem envolver-se diretamente em choques e desgastes de acusações, evitando comprometer-se para não prejudicar também a sua integridade física, pois ele temia aquele esquadrão de extermínio que destruía opositores utilizando fogueiras. 

                                                                 

      Durante muitos séculos na vida social dos povos humanos o fogo foi um artifício beatificado por Sacerdotes e utilizado para aniquilar a vida material de adversários. Porque a existência espiritual jamais se extingue... Muitos séculos depois conscientizou Jesus aos seus seguidores para que não temessem as perseguições: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma” – Mateus 10. 28 

          Os aspectos educativos da revelação que realçamos nestas passagens bíblicas são: a força incandescente consumiu o corpo humano de Elias até reduzi-lo em cinzas, e o duplo etéreo se desprende do físico em ondas se elevando num raio de energia fluídica para as regiões infinitas do universo espiritual, e conforme esclarece a Escritura: Elias foi elevado aos céus num redemoinho - pois o corpo volta ao pó da terra... e o espírito  retorna a Deus, que o deu (Eclesiastes 12. 7 Bíblia sagrada)

    desdobramento este acompanhado pela clarividência de Eliseu (o dom da dupla vista) e que testifica a sobrevivência da alma para além das fronteiras da matéria.

       E com o transcorrer dos séculos no decurso da existência humana a essência preexistente do ser espiritual de Elias, o tisbita, da região de Gileade, fica predestinado pela Providência Divina a retornar à existência material terrena, submetendo-se a um novo nascimento nove séculos depois, e vivendo uma nova personalidade a de João Batista filho de Zacarias e Isabel, na época do Cristo, comprovando assim a preexistência, imortalidade e reencarnação do espírito no espaço e tempo da evolução terrestre (Malaquias 3. 1 a 2;  e  4. 5) (Lucas 1. 13 a 19) (Mateus 11. 10 a 14) (Mateus 17. 10 a 13).

       E assim, nessa nova existência Elias resgata como João Batista o carma contraído em vidas passadas, sofrendo por sua vez a mesma penalidade que infligira ao próximo - a decapitação, diante do tribunal de Herodes e Herodias, na região antiga da Judéia (Mateus 14. 1 a 12). 

        Advertência de Jesus sobre o carma evolutivo: “Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto. Aqui está a paciência e a fé dos santos” Apocalipse 13. 10

                                                               

     A alma, após a morte, conserva a sua individualidade?

    Sim; jamais a perde.  Questão 150 *

    a) – Como comprova a alma a sua individualidade, uma vez que não tem mais corpo material?

    Continua a ter um fluido que lhe é próprio, haurido na atmosfera do seu planeta, e que guarda a aparência de sua última encarnação: seu períspirito. 

    Estando desprendido da matéria e atuando como Espírito, sabe o Espírito encarnado qual será a época de sua morte?  Questão 411 *

   Acontece pressenti-la. Também sucede ter plena consciência dessa época, o que dá lugar, em estado de vigília, tenha intuição do fato. Por isso é que algumas pessoas prevêem com grande exatidão a data em que virão a morrer. (* O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.)

           A emancipação da alma se verifica às vezes no estado de vigília e produz o fenômeno conhecido pelo nome de dupla vista, que é a faculdade graças à qual quem a possui vê, ouve e sente além dos limites dos sentidos humanos. Percebe o que exista até onde estende a alma a sua ação. (* O Livro dos Espíritos – Da emancipação da Alma)

C É U S

         Abrahão Ribeiro

Voz Q Clama

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