Há muitos dias que o Pastor de determinada comunidade evangélica
em nossa cidade, me fizera o convite para visitar a sua Igreja, tentando me
conciliar ao seu sistema de crença.
Nada contra, mais eu já tenho as minhas idéias solidificadas na
espiritualidade cristã, de acordo os sentimentos que me foram revelados pelos
agentes invisíveis de Deus, na criação.
Relaciono-os na íntegra: imortalidade da alma; vida
contínua e sucessiva com o objetivo superior de crescimento para o infinito
celeste; vida inteligente interestelar em outros
sistemas planetários; interação com os seres espirituais;
reencarnação da alma e integração com o Reino Divino (estado superior de consciência espiritual).
Pois não haveria sentido se acreditar na imortalidade da alma e admitir
que tudo finaliza com a morte física da criatura, sem permitir outros meios
naturais de progresso para o despertar progressivo da alma; isso porque
determinados dogmas das organizações religiosas bloqueiam a abertura para novos
entendimentos espirituais, tais: a da vida ininterrupta e infinita.
Assim também não adianta
aceitar a vida infinita e entender que ela se limita apenas ao orbe terrestre,
pretendo inibir os conhecimentos dessa vida para outras dimensões do Universo
sem fim.
Mas, felizmente, esforço-me para a universalidade de idéias
benéficas, e visito e respeito todas as comunidades de fé cristã. Porém uma
coisa é visitar e fraternizar-se com essas comunidades, e outra coisa que
expressa coesão de idéias, é você vir aceitar os seus dogmas como princípio
espiritual único e absoluto de integração com o plano divino, ignorando outros
conceitos benfeitores de espiritualidade e fé raciocinada, diante de
tantos problemas que nos fazem questionar os por quês das causas ocultas, das
desigualdades intelectuais e morais dos seres inteligentes, sob a luz da sabedoria plena e
justiça com equidade.
Naquela sexta feira santa do ano 2010 ali estava eu e minha esposa
marcando presença com reverencia entre os irmãos dessa comunidade. Éramos mais
ou menos cinqüenta pessoas reunidas para assistirmos ao culto que eu esperava
que descrevesse sob a paixão e morte de Jesus, dado o momento propício para
refletirmos a respeito do calvário do Divino Mestre. No entanto o tema da noite
abordou sob a libertação, era um culto de correntes de bênçãos.
Praticamente era a primeira vez que eu adentrava naquela
comunidade, e como a construção do templo era recente, eu estava admirado
observando a arquitetura do prédio, salão bem amplo, com altura bem elevada,
mais ou menos sete metros, muitas janelas para arejamento do local. No entanto,
logo nos primeiros momentos, me chamou a atenção um tijolo de oito furos
desalinhado na parede e fora do prumo, mal fixado talvez com restos de massa de
cimento em um dos pontos mais altos do prédio, bem na parede do fundo, do lado
esquerdo do púlpito.
Coisas essas que mostravam desleixo no acabamento da construção, e
que me deixaram apreensivos, pois estávamos em ambiente público e as pessoas
dirigentes deveriam se preocupar com a segurança daqueles que frequentavam
aquela casa de louvor.
Chamei a atenção de uma Irmã na fé e também minha esposa sobre o
fato, e ela me respondeu que também havia percebido aquele tijolo mal colocado
num local propenso a despencar.
O culto estava bem alegre, mas apesar do seu desenrolar, havia uma
pessoa trabalhando na extensão provisória de fios, caixas e instalação de vídeo
para os louvores a realizar-se na noite do dia seguinte com os jovens, pois
haveria um encontro regional da juventude naquele Templo, e o palco de
atividade seria bem ali embaixo do raio de alcance daquele tijolo que estava
destoando a construção.
Os trabalhos da noite continuam e na hora da oração sobre as
bênçãos eu comentei com a minha esposa que a minha benção ao Poder Divino seria
no plano das inspirações para que sugestionasse o Pastor dessa congregação,
afim de que o mesmo ficasse comovido e tomasse a providência imediatamente da
retirada daquele tijolo para que não viesse acidentar alguém em sua Igreja. E
até brinquei com ela, dizendo: que só viríamos novamente ao culto, nessa
comunidade, depois que ele o Pastor confirmasse a solução do problema.
Bem, pode até parecer implicação, e como diz o ditado popular:
presságio. O certo é que a pessoa que estava instalando os fios e
conectando os aparelhos concluiu a sua tarefa e veio se acomodar juntamente com
a platéia assistente. Dez minutos após essa pessoa ter saído da área em que eu
estava considerando de alto risco, aconteceu a materialização de nossas
preocupações: o tijolo desprendeu-se lá do seu local e veio violentamente em
direção ao chão.
Ainda bem que não havia ninguém naquele momento nas
proximidades da sua trajetória que equivaleu a massa do tijolo 03 kilogramas vezes à altura 06 metros e vezes velocidade - daria dezenas de kilos. Imaginem
se isso ocorre na noite do dia seguinte, aonde os jovens iam se reunir!
Após o final do culto, alguém comentou
que aquele tijolo estava ali desde o término da construção, há alguns anos.
Além do Plano Carnal
Abrahão Ribeiro